Propriedades do azeite
Aliado à fé, ele pode
proporcionar cura, libertação, conquista e proteção. Além de servir muito bem para uso gastronómico, o
azeite também tem muita utilidade no sentido espiritual, uma vez consagrado a
Deus. O líquido gorduroso com que os hebreus estavam mais familiarizados era o
obtido de azeitonas: as azeitonas pretas, bem maduras, forneciam o máximo de
azeite, embora as ainda verdes produzissem o azeite de melhor qualidade. Depois
de os frutos serem cuidadosamente apanhados das árvores, os raminhos eram
separados e as folhas das azeitonas eram levadas para o lagar – espécie de
tanque no qual se espremem certos tipos de frutos para transformar em líquido.
A polpa da azeitona madura é constituída de azeite, que varia em qualidade,
conforme o método de processamento da polpa. Primeiro, as azeitonas eram
colocadas num pilão e trituradas até ficarem bem amassadas, ou, às vezes, eram
pisadas. Em seguida, os frutos amassados eram transferidos para cestas
coadoras, nas quais “sangrava” óleo até que se soltasse o azeite “virgem”. O
azeite puro, batido, era estocado em jarros de barro e a polpa era levada para
o lagar.
Alta
e baixa qualidade
Um
azeite de qualidade comum era preparado por meio da trituração das azeitonas
num pilão ou num moinho manual. Depois que o azeite escorria da polpa,
permitia-se a sua clarificação em jarros ou em vasilhas de barro. O azeite da
mais baixa qualidade era aquele extraído do bagaço num lagar de azeite depois
da trituração. A massa triturada da polpa era compactada em cestos e empilhada
entre as duas colunas verticais do lagar de azeite. Comprimia-se a pilha de
cestos com uma alavanca com peso para retirar o azeite sob pressão, sendo ele,
então, canalizado para grandes reservatórios para clarificação. Ali, o azeite
subia à tona, separando-se dos pedacinhos de polpa e da água abaixo dele antes
de ser decantado e colocado em grandes jarros de barro ou em cisternas
especiais para stock.
O
azeite de oliva, que é um alimento de alto teor energético e uma das gorduras
mais digeríveis, era um dos principais itens de alimentação dos israelitas. Em
muitos casos, ocupava o lugar da manteiga à mesa e também tinha fins
culinários. Era o combustível comum das lâmpadas, e queimava-se “azeite puro de
oliveira”, batido, nas lâmpadas do candelabro de ouro da tenda da reunião.
Usava-se o azeite em conexão com as ofertas de cereais apresentadas a Deus.
Como cosmético, era passado no corpo após o banho. Empregava-se também o óleo
para aliviar contusões e ferimentos.
Referências
bíblicas sobre o uso do azeite
Como alimento: “... e pães asmos, e bolos asmos,
amassados com azeite, e obreias asmas untadas com azeite; flor de farinha de
trigo os farás” (Êxodo 29.2; Levítico 2.15; 1Reis 17.12 e Ezequiel 16.13)
Usado
figuradamente: “Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unge-me
a cabeça com óleo; o meu cálice transborda” (Salmos 23.5). “Amas a justiça e
odeias a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de
alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Salmos 45.7).
Para
ungir: “Então, tomarás o óleo da unção e lho derramarás sobre a cabeça; assim o
ungirás” (Êxodo 29.7). “Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a
cabeça, e o beijou, e disse: Não te ungiu, porventura, o SENHOR por príncipe
sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1Samuel 10.1)
Aplicação
como remédio: “Desde a planta do pé até a cabeça não há nele cousa sã, senão
feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem
atadas, nem amolecidas com óleo” (Isaías 1.6). “...expeliam muitos demónios e
curavam numerosos enfermos, ungindo- os com óleo” (Marcos 6.13; Lucas 10.34;
Tiago 5.14 e Apocalipse 3.18)
Símbolo
de prosperidade: “Prosseguiu Jó no seu discurso e disse: Ah! Quem me dera ser
como fui nos meses passados, como nos dias em que Deus me guardava! (...)
quando eu lavava os pés em leite, e da rocha me corriam ribeiros de azeite” (Jó
29.1;2;6). “... Bendito seja Aser entre os filhos de Jacó, agrade a seus irmãos
e banhe em azeite o pé” (Deuteronómio 33.24). Nesta ocasião, Moisés ministrou a
bênção para a tribo de Aser, indicando que ela usufruiria de bençãos materiais.
Jejum:
“Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não
parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará” (Mateus 6. 17-18).
Libertação:
“O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar
boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados...” (Isaías
61.1)
Para
lâmpadas: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de
oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente”
(Êxodo 27. 20; Levítico 24.2 e Mateus 25.3.)
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